No dia 18 de agosto, a 123 Milhas anunciou em seu site que estava suspendendo os pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional. Essas viagens referem-se à linha "Promo" de datas flexíveis, com embarques previstos de setembro a dezembro de 2023. Vale ressaltar que faltam menos de duas semanas para o início de setembro de 2023.
Muitos consumidores fizeram seus planos com base na compra dessas passagens, o que prejudicará muitos deles, que não terão condições financeiras para adquirir outras passagens e efetuar novas reservas em hotéis. Isso é particularmente problemático para os meses de novembro e dezembro, quando tanto as passagens aéreas quanto as diárias de hotéis costumam ter preços mais elevados devido às férias.
Mas como funciona a 123 Milhas? Ela vende passagens que ainda não possui, utilizando o dinheiro recebido dos consumidores para investir no mercado financeiro. Com esse capital, adquire milhas de pessoas físicas e as converte em passagens aéreas, o que não é permitido pelas companhias aéreas.
Como podemos observar, apesar de ter atraído muitos consumidores para esse modelo de venda, a empresa agora não está conseguindo sustentar essa "roda gigante".
Além disso, a empresa recorria a influenciadores para atrair mais consumidores que, confiando na idoneidade da empresa, agora estão enfrentando prejuízos.
Embora a empresa tenha informado em seu site que irá reembolsar os valores das passagens por meio de vouchers a partir do próximo ano, com correção monetária, ela não se comprometeu a devolver o dinheiro diretamente aos consumidores, uma vez que não terá fundos suficientes para fazê-lo, dadas as circunstâncias.
Portanto, os consumidores que se sentirem prejudicados devem registrar uma reclamação junto ao PROCON de sua cidade e uma denúncia junto ao SENACOM (Secretaria Nacional do Consumidor). Além disso, podem buscar indenização por danos materiais e morais através dos juizados especiais de sua cidade por meio do Poder Judiciário.